Lourdes Sprenger (*)
Estamos no período das festas de final de ano, época de muitas comemorações. Em vista disso, é sempre bom alertar para o perigo do uso de fogos de artifício, que têm provocado mutilações graves em milhares de pessoas. Tanto que a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia lançou em junho passado uma campanha mostrando que os fogos de artifício são um espetáculo perigoso.
O uso inadequado dos explosivos pode produzir lesões, cortes e até amputação de membros. Na emergência dos hospitais, há registros de queimaduras, traumas ortopédicos, comprometimento das córneas, perda de visão e lesões auditivas.
Lembramos da tragédia da boate Kiss, em Santa Maria, quando o mau uso de um artefato pirotécnico resultou na morte de 239 pessoas e deixou quase uma centena de pessoas com sequelas.
Também temos que cuidar dos nossos animais, porque a queima de fogos de artifício é causadora de traumas nos pets, podendo ocorrer fugas desesperadas e, se estão acorrentados, podem até se enforcar, entre outras ocorrências.
Sem falar no custo para a saúde pública. Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que internações hospitalares por queimaduras custam entre 3 mil e 5 mil dólares por dia. Em média, cada internação dura de 5 a 7 dias. As queimaduras e as mutilações ainda causam vários problemas sociais e financeiros relativos ao trabalho: afastamentos, reabilitações e aposentadorias.
Por isso, reforço mais uma vez a campanha contra os fogos de artifício e lembro que está em tramitação na Câmara de Vereadores projeto de lei de minha autoria proibindo a comercialização, a utilização e o manuseio de fogos de artifício no município de Porto Alegre. É o PLL 54, de 2013. Podemos utilizar outras alternativas para dar brilho às comemorações como os fogos a laser.
(*) Primeira vereadora eleita pela Causa Animal no RS